Já que citei o Wagner Moura no último post...
Folha - Na preparação da peça "A Máquina" [2000], você se mudou para o Recife para ensaiar e morou com o elenco e o diretor. Era uma disponibilidade total ao trabalho?
Moura - Total. Que época boa! Todo mundo amigo, todo mundo querendo fazer aquilo. Eu já estava num momento em que queria sair de Salvador, trabalhar com outras pessoas, ver como era o teatro em outros lugares. Outro dia estava me lembrando que, em 1996, eu e Vladimir [Brichta] fizemos uma peça com José Possi Neto, em Salvador. Eu estava quase desistindo de fazer teatro. Achava que ia ser jornalista mesmo, que o teatro não ia dar certo. Ele fez um teste para a peça e eu não quis fazer. Aí os atores da saíram, ele me chamou para ser testado. Fiz uma leitura. Ele gostou da leitura e disse: "Quero que você faça a minha peça". Eu saí correndo da escola de teatro até minha casa, na chuva. Outro dia fiquei com saudade dessa sensação que acho que perdi um pouco. A época d'A Máquina tinha um pouco isso. Tanto que, de vez em quando, vem essa idéia de voltar com "A Máquina". Eu sou sempre o cara que é contra, acho que nós não somos mais aqueles caras que fizeram aquela peça. A gente era aquele cara, queria conhecer o mundo, mostrar o mundo para a menina que amava. A peça hoje não ia ter mais sentido com esse elenco.
31 July 2007
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1 comment:
como disse o paulo autran: "acho que fiz o que todo menino sonhava. Fugi com o circo".
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