O que dizer para um amingo triste num domingo chuvoso.
Eu não entendo nada de música, mas por algum motivo o Johnny Cash é um dos meus artistas preferidos. Às vezes, estou no longo caminho para o trabalho, completamente de saco cheio, e coloco "Boy Named Sue" para tocar. Fico rindo sozinha no metrô. Nos domingos chuvosos, eu vejo o clipe de "Hurt", que me dá um grande aperto no coração, porque consigo sentir a verdade e a intensidade do Cash cantando. Talvez seja por isso que gosto dele: a mistura de sofrimento, intensidade e humor.
É preciso de um pouco de sofrimento e de uma pitada de angústia para se tornar mais humano, mais complexo, mais amplo. As pessoas que mais me interessam têm algum nó no peito. Mas não é o sofrimento em si que engrandece. É o que fazemos com ele, é como o desafiamos, como o utilizamos para olhar o mundo de forma menos passiva e superficial. O sofrimento é o que nos dá densidade. Ele é arrasador, mas também extremamente criativo pois exige que encontremos novos caminhos. A dor é filosoficamente uma experiência interessante.
17 October 2011
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1 comment:
A dor é boa quando ainda se tem esperança de eliminá-la. Viva o perrengue!
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