O homem ocidental, escreve Foucault, tornou-se um animal de confissão. A compulsão por mergulhar em si mesmo e falar, especialmente sobre a própria sexualidade, num conjunto de localizações sociais cada vez mais amplo (originalmente a religião, mas, depois, os relacionamentos amorosos, as relações familiares, a medicina, a educação, e assim por diante) aparenta ser uma resistência libertadora para a objetificação do biopoder*. Foucault, no entando, acredita que isso é uma ilusão. A confissão expõe mais a pessoa ao domínio do poder.
(Norman Fairclough)
* O Foucault fala da objetificação do homem em microesferas do poder (como em exames educacionais ou médicos, nas relações de trabalho, etc). Isso se daria pela tentativa de "documentação" do homem como um dado caracterizado por n variáveis. Quando subvertemos as variáveis esperadas, nos confessando pessoas mais complexas e imprevisíveis do que as microesferas podem suportar, achamos, de alguma forma, que estamos subjetivando nossa existência. É neste momento que alguns dizem "Ih, vai dar merda". Será que Foucault tem razão?
03 October 2006
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