Em estados mentais tumultados, quando os pensamentos se tornam perigosos e angustiantes, o melhor é cansar o corpo. Carregar caixas. Lavar louças. Limpar paredes. Cumprir burocracias. Deve ser empregada em cada atividade banal toda sua concentração.
À vista de qualquer precipício, sempre prefiro pensar que ainda restará a opção da literatura e do esforço físico. Por pior que seja a fatalidade, ainda haverá algum motivo para viver: a beleza dos poemas ou o calor do próprio corpo em movimento.
Mas isso, certamente, é mais uma ficção que inventamos na vida. Uma ficção necessária.
Talvez a vida às vezes acabe mesmo. Morra por um tempo. Torne-se nula, vazia, oca. Depois, quem sabe, volta a nascer com um novo sopro de esperança. Talvez seja impossível viver uma vida apenas, do início ao fim.
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Eis que uma frase assim me cai no colo nesta tarde:
"Quando se conversa, fala-se de coisas diferentes com os mesmos nomes".
Imprecisão semântica. Acredite: Faltam palavras neste mundo.
(DIA 06/05)
07 June 2009
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