Olhando em volta, percebo que meu quarto piora de aspecto à medida que escrevo. Como também não tenho gosto por monólogos, dou vez a outros (enquanto tento colocar ordem neste caos).
1. Diogo Fransozi: Começamos por ele, porque é meu amigo, me inspirou a criar este blog e foi o único que comentou em todos os textos abaixo. Na verdade, não entendo muito sobre o que ele faz ou pensa na maior parte do tempo. Costumava perguntar: "E aí, Diogo, o que tem feito lá no seu trabalho?". A resposta era sempre metafísica e incluía aceleradores de partículas,
materiais elásticos e quebra espontânea de simetria. Desisti de fazer média. Prefiro quando ele fala sobre filosofia, eis um dos comentários que fez:
"Aristóteles dizia que nossos amigos eram os nossos iguais, onde identificávamos nós mesmos. Nietzsche dizia que o seu melhor amigo é o seu inimigo. Exatamente..."
* Quem quiser ler sobre física, filosofia ou coisas difíceis: Esboços (link ao lado)
...
2. Johnattan Safran Foer: Não posso dizer que o conheço, mas quero registrar que assisti a sua mesa-redonda na Flip e, no dia seguinte, ainda o vi passeando pela pracinha. Não li "Tudo se ilumina", mas vontade não falta desde que assisti a "Uma vida iluminada", filme inspirado no romance. É lindo, lírico, esperto, engraçado. A prosa detalhista não entedia pela prisão ao real, mas cria um ambiente fantástico, quase fabular. Sem contar que Foer é a pessoa mais normal entre os mortais.
"Há essa noção de que a expressão ou o expressionismo é uma coisa ruim, e uma pessoa esperta é alguém que mantém o controle. Ser cool é considerado uma coisa boa. Me lembro quando eu era estudante, Allen Ginsberg veio para uma leitura onde disse que a pior coisa que você pode ser é cool. E muitos disseram que ele era o mais cool, os beatniks foram os primeiros escritores associados ao termo, de alguma maneira. E ele disse que eles nunca quiseram ser isto, mas emocionais, expressionistas, muito mais perto daquela vida escondida, subentendedida, não-revelada. O livro deve ser um machado a quebrar a fina camada de gelo de um lago, que o separa de você mesmo."
3. Joaquim Ferreira dos Santos: Seu melhor texto é "O homem dodói", uma lição de casa para todo macho que se preza. Para a geração que não conheceu Antônio Maria, as crônicas do Joaquim têm algum vigor. E, sem dúvida, uma observação cuidadosa das tendências.
"O novo cafa:
Não promete mais uma rodada de sexo, drogas e rock and roll porque estão todas cansadas dessa dieta. Essas moças já tiveram a coleção completa de orgasmos anunciados pela revista "Nova", já recriaram pelo avesso todas as posições que a Madonna desenhou nos clipes. Esgotaram a cabala, cancelaram a assinatura do Sexy Hot e foram para a Flip aplaudir Adélia Prado". (28/ 06/2006)
28 August 2006
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1 comment:
homem dodói nada... vou te mostrar a matéria das nuvens suburbanas sobre o céu de ipanema
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