26 August 2006

Roteiro de um diálogo premeditado

Dia ou noite. Ambiente aberto ou fechado. Dois conhecidos se encontram.

- Oi, tudo bem? Estava aqui pensando que... Você conhece o grande Fulano de Tal?

- Ãhn? Hum... É, vagamente ouvi falar sobre... (Droga, acordei intencionada a não responder perguntas de vestibular)

- Mas ao menos sabe que nasceu em um vilarejo da Borgonha, onde a família se recusava a produzir queijos e a beber vinho, e por isso ficou marcado desde cedo por um preconceito social que influiu em toda a sua vasta e imprescindível obra?

- Ã-hã, alguém me falou sobre... (Putaqueopariu, o que eu fiz para merecer?)

O sabe-tudo estufa o peito igual galo de briga e não perde espaço na rinha:

- Bem - continua ele - o grande Fulano de Tal foi decisivo na criação de um conceito de ... (cagação de regra sem fim) . E disse a célebre frase: "Dois mais dois são quatro!". Não é incrível? Ou seria incrível o fato de você não saber disso?

- Que ótimo, querido! Sensacional! (Bateria palmas se não fossem os maus hábitos)

***

"Você sabe quem é o grande Fulano de Tal?" é uma versão mais sutil do velho "Você sabe quem eu sou?". Resposta implícita: "Eu sou aquele que conhece o grande Fulano de Tal. Diferente de você, verme".

1 comment:

Diogo B.F. said...

hahaha... revolta